sábado, 24 de dezembro de 2011

meu homem.

libertinagem
é acordar as dez da manhã de um domingo e poder permanecer na cama durante o resto do dia.
confessar pequenos delitos quando houver necessidade, sem medo.

é jantar acompanhado.

libertar-se
é ceder ao orgulho próprio e

deixar estar

oferecer ao outro, sem resistência
aquilo que houver de si
e ainda sentir que fica com muito mais.

resmungar a rotina massante do dia e ser ouvida
ouvida na sua fala mais comum
mais anônima (numa caminhada a dois até a padaria da esquina)
mais passível de ser esquecida no meio das tantas outras frases que se perdem num dia.

desacorrentada
posso sonhar alto o absurdo
assistir outra vez um filme que amei
com ele.
com ele.

meu homem.
sua imagem monta-se a mim agora (que estou sozinha, alucinando-o)
e desmancha-se num pequeno fio de saudade
e na serenidade deixada pela certeza do "daqui a pouco"

meu homem.
faz o "daqui a pouco" ser sempre feliz de se esperar por
faz o futuro distante encostar-se em mim
na ponta do meu nariz.

e uma vida toda é possível.

um filme da minha vida esparrama-se diante de mim
e ele é sua coluna dorsal.
sem ele: há um rascunho de filme, borrado, cheio de lacunas.
ele o faz linear
contornado e levemente preenchido.

meu homem e eu
projetamos nesse momento
deliciosamente
um filme de nossas vidas.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

casamento bucólico

Joana Carmela adorava flores, e quando pequena andava por campos verdes. Pequenas flores, destas que se desintegram numa soprada, avançavam por todo o verde, colorindo de branco este belo retrato verde.

Joana Carmela catava as flores e ia acumulando na maos, uma por uma, até tomar o ímpeto de sopra-las todas, e alastrar uma chuva de pétalas ao seu redor.

Certa vez ensinaram a Joana Carmela o jogo do bem-me-quer, e quando entao descobriu poder comunicar-se com as flores: passou a sonhar.

O primeiro sonho infiltrara-se diretamente em seu útero, dando um calor curioso. E ao conhecer o primeiro menino por quem atraíra-se, deu uma forma ao caos de seu útero. Inventou a paixão.

Durante anos, Joana Carmela experimentou a fome pela paixão verdadeira, e buscava nos homens a solução perfeita a todas as suas imperfeições.

Pequena frustrada, a paixão pregou-lhe tantas peças que descobrira, enfim, o que lhe sucedia: andava apaixonando-se tanto pelas próprias imperfeições, que avidamente fazia a busca do perfeito oposto delas.

Sempre um espelho.

Joana Carmela ainda quer casar-se num campo verde, com o homem de seus sonhos.
Existirá?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Without you

I'll grow when you grow
Let me loosen up the blindfold
I'll fly when you cry
Lift us out of this landslide
Wherever you go
Whenever we part

I'll keep on healing all the scars
That we've collected from the start
I'd rather this than live without you
For every wish upon a star
That goes unanswered in the dark
There is a dream I've dreamt about you
And from afar I lie awake
Close my eyes to find
I wouldn't be the same...

I'll shine when you shine
Painted pictures on a my mind
Sunsets on this ocean
Never once on my devotion
However you are
Or far that you fall

I'll keep on healing all the scars
That we've collected from the start
I'd rather this than live without you.
For every wish upon a star
That goes unanswered in the dark
There is a dream I've dreamt about you.
And from afar I lie awake
Close my eyes to find
I wouldn't be the same
Without you
Without you

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

cama de casal

sweet dreams
como em um jazz clássico
ou em uma musica de Chico Buarque
sonhos a atravessam.

esperança
aquela esperança de tudo se ajeitar
construida magicamente no momento em que o encontrou
a inebria.

inebriada de prazer
prazer que se estende por todo o corpo
ela o sente em gostas, a cada dia
sem acúmulos nem excessos.

um dia após o outro dormindo ao seu lado
uma noite após a outra traz a ela um novo sonho
composto da pluralidade da vida
ele e ela dormindo a dois.

a cama de casal: sempre habitada por multidões
percebidas ou nao, estao ali deitados, esparramados...
um pai, uma mae, alguns bebes, retratos desfocados, projeções de si no escuro do quarto.
todos misturados no breve espaço entre corpos em forma de concha

(ha melhor que dormir assim?)

numa concha ira dormir todas as noites
ela: inebriada de prazer
atravessada por multidoes
em perfeita conexao com ele.

atravessar-se por sonhos na cama de casal
é deixar-se fresca a cada intensidade
a cada pulsação de desejo
sem encaixota-la na ilusão do UM.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Secos e Molhados

Não vou buscar
A esperança
Na linha do horizonte
Nem saciar
A sede do futuro
Da fonte do passado
Nada espero
E tudo quero
Sou quem toca
Sou quem dança
Quem na orquestra
Desafina
Quem delira
Sem ter febre
Só o par
E o parceiro
Das verdades
À desconfiança

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

no sol da costa rica

Meet me in the crowd
People, people
Throw your love around
Love me, love me

Take it into town
Happy, happy
Put it in the ground
Where the flowers grow
Gold and silver shine

Shiny happy people holding hands
Shiny happy people laughing (2x)

Everyone around
Love them, love them
Put it in your hands
Take care, take care

There's no time to cry
Happy, happy
Put it in your heart
Where tomorrow shines
Gold and silver shine

Shiny happy people holding hands