vem o vento
varrendo a avenida
fazendo toda a vida
fumaça incontida
fogaréu de feridas
vinagre e fuligem
vem o vento
uivando vertigem
quinta-feira, 6 de junho de 2013
sábado, 25 de maio de 2013
Janela do apartamento
Havendo voz uivante
Há vento
Há flor dançante.
Ouvindo a avenida
Há vida
Varrida e constante.
terça-feira, 21 de maio de 2013
papo poesia
Sou corpo calado
Em Inérccia
Silencio a dificuldade
Sou um balbucio
que pede a gritar
Provocar um incêndio
Ser só a brasa
É como
se anestesiar
É esforço pra não sentir dor
Dói mais ficar na cama
Deitada de lado
Olhando a parede
Do que se entregar
À vertigem da vida
Desejo
Seria um rosto de pele mulata
De traços demarcados
Boca Nariz e Olhos largos
Seria feita de pluma branca
Seria um Gole de vinho
Sorriso depois de uma noite de amor
Seria um copo de leite com açúcar
E anfetamina
Para curar fraqueza
Seria olhos nos olhos
Papo Poesia
Para injetar franqueza
Agora, sou silêncio
sexta-feira, 10 de maio de 2013
metáfora para o ciúme
Se te pedisse
um trago de seu olhar
seria capaz de compreender a tua dor?
Se encarasse
frente a frente o teu silêncio
vislumbraria em ti algum amor?
Carrego nos ombros o mundo
Se me encontro entrincheirada
entre ter você ou não ter nada
Carrego nos ombros o mundo
Se me encontro entrincheirada
entre ter você ou não ter nada
Peço que não me faças
sobra de um caso que não deu
serei febril, não serei eu
Prato que se come frio
meu ato valerá
palavras mil
de ciúme não mato
de vingança não morro
mas rasgarei teu mundo.
quinta-feira, 9 de maio de 2013
trôpega
tenta-me assim:
como se fosse o fim
de um caso que sobrou
dentro deste casebre
ardo de febre
efêmera me dou
trata-me assim:
tonta a tropeçar
no que queres fazer de mim
serei tua amada
presa na emboscada
que me armaste, doido assim.
como se fosse o fim
de um caso que sobrou
dentro deste casebre
ardo de febre
efêmera me dou
trata-me assim:
tonta a tropeçar
no que queres fazer de mim
serei tua amada
presa na emboscada
que me armaste, doido assim.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
X
"Atada a múltiplas cordas
Vou caminhando tuas costas.
Palmas feridas, vou contornando
Pontas de gelo, luzes de espinho
E degredo, tuas omoplatas.
Busco tua boca de veios
Adentro-me nas emboscadas
Vazia te busco os meios.
Te fechas, teia de sombras
Meus Deus, te guardas.
A quem te procura, calas.
A mim que pergunto escondes
Tua casa e tuas estradas.
Depois trituras. Corpo de amantes
E amadas.
E buscas
A quem nunca te procura."
Hilda Hilst, Poemas devotos, malditos e gozozos
Vou caminhando tuas costas.
Palmas feridas, vou contornando
Pontas de gelo, luzes de espinho
E degredo, tuas omoplatas.
Busco tua boca de veios
Adentro-me nas emboscadas
Vazia te busco os meios.
Te fechas, teia de sombras
Meus Deus, te guardas.
A quem te procura, calas.
A mim que pergunto escondes
Tua casa e tuas estradas.
Depois trituras. Corpo de amantes
E amadas.
E buscas
A quem nunca te procura."
Hilda Hilst, Poemas devotos, malditos e gozozos
sábado, 20 de abril de 2013
água
de gelo
sou feita
enquanto dura tua ausência
degelo
lembranças
que me liquidam a inocência
transbordo
saudade
eterna reticência.
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