quinta-feira, 20 de setembro de 2012

eu só

Aqui nesse apartamento

luzes laranja
vida virada do avesso
um corpo que se desincorpora em aflição
como um santo caído do céu sobre terra deserta

alguma lágrima permitiria proteção
invólucro líquido ao redor dos olhos
pálpebras pesadas diriam: dorme
apaga-te deste inferno!

a dor de vê-lo precisar se rasgar
entrincheirado entre uma promessa e uma urgência
penetra-me devagar
silenciosamente, através de meu sono

aqui nesse apartamento
o silêncio de ser um só
é mais grave
do que o medo de perder amor.



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