Joana Carmela adorava flores, e quando pequena andava por campos verdes. Pequenas flores, destas que se desintegram numa soprada, avançavam por todo o verde, colorindo de branco este belo retrato verde.
Joana Carmela catava as flores e ia acumulando na maos, uma por uma, até tomar o ímpeto de sopra-las todas, e alastrar uma chuva de pétalas ao seu redor.
Certa vez ensinaram a Joana Carmela o jogo do bem-me-quer, e quando entao descobriu poder comunicar-se com as flores: passou a sonhar.
O primeiro sonho infiltrara-se diretamente em seu útero, dando um calor curioso. E ao conhecer o primeiro menino por quem atraíra-se, deu uma forma ao caos de seu útero. Inventou a paixão.
Durante anos, Joana Carmela experimentou a fome pela paixão verdadeira, e buscava nos homens a solução perfeita a todas as suas imperfeições.
Pequena frustrada, a paixão pregou-lhe tantas peças que descobrira, enfim, o que lhe sucedia: andava apaixonando-se tanto pelas próprias imperfeições, que avidamente fazia a busca do perfeito oposto delas.
Sempre um espelho.
Joana Carmela ainda quer casar-se num campo verde, com o homem de seus sonhos.
Existirá?
Nenhum comentário:
Postar um comentário