fazia frio, e ela tinha até se esquecido de levar um casaco.
envolta pelo calor do próprio corpo, caminhava por entre as árvores.
a cada passo sobre as folhas secas, lembrava-se: era-lhe o único ruído.
ao redor, só silêncio.
estava sozinha.
estava sozinha.
e sua única liberdade era estar;
estar sendo.
alcançar léguas com o pensamento;
desenfreado, driblando o que a realidade poderia obstruir.
o som dos próprios passos entonavam o silêncio
e algo que poderia se assemelhar a uma saudade lhe acontecia.
o desejo de ser aconchegado por braços,
braços dos quais ela tinha recordação.
não eram braços pertencentes a alguém
alguma pessoa específica
com nome e identidade.
apenas um abraço,
roçando nela como música
nada mais.
poderia, assim, seguir sozinha
se deixadas pelos cantos as sementes que puderam germinar
durante toda a sua história de abraços.
como se abraçada por uma floresta invisível.
ResponderExcluirisso!
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