E foi sair...
o que afinal significa essa vontade quase autística de ficar sozinha? precisava sair (esse pensamento soava como se fosse uma dessas mulheres desgostosas que haviam se entediado da vida, das coisas que ela tinha a oferecer).
Mas no seu caso, nao havia tédio por tudo, mas por aquela parte, aquele tempo presente que não acabava. Trabalho, hábitos, compromissos, horários, os mesmos caminhos de sempre, os mesmos lugares de sempre. O que fazer?
Ouvir música parecia boa pedida. Mpb, jazz, blues, qualquer coisa... cidade sampa tem sempre tudo a oferecer!!! como sentir-se entediado numa metrópole como essa?
Mas era exatamente esse o sentimento: tédio, conformismo com a repetição do mesmo. tinha quase vergonha desse sentimento... e andando na rua com a amiga-ruiva (não era mais ruiva, mas continuava sendo essa sua marca registrada) topou ainda com um inesperado na calçada, desses simpáticos e queridos que conseguem, com sua simpatia e queridisse, remexer qualquer coisa conflituosa dentro dela. qualquer coisa que nao cessava de se passar e pela qual ela tinha que ter respeito... devia ela dar explicações ao inesperado pelo seu sumisso? (que ela sabia ter sido resultado de decisão friamente tomada)
O inesperado foi com elas tomar uma cerveja no bar da esquina, elas faziam hora no bar da esquina pra entrar no bar de jazz, bem mais descolado.
claro: a noite acabou se resumindo só ao bar da esquina... como sempre acontecia.
Conversaram da vida, do trivial. Quando o inesperado foi embora, continuaram conversando, agora com aquela intimidade que as duas sabiam tão bem fazer desabrochar. o dia de ontem, o dia de hoje, o pensamento das 7 da manhã, a sensação que se impunha todas as noites antes de dormir, ...., política, seu madruga e outras bobagens. Disso falavam e isso fazia tanto sentido: quanto amor havia no trivial! Quanto amor havia entre elas...
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