domingo, 24 de abril de 2011

o rei do mundo

braços tão curtos em um mundo que se alastra pra longe de mim; meus limites são tortos e incertos.
posso agora ver tudo mais do alto, posso percorrer distâncias usando só as minhas pernas. tenho controle sobre mim?
e se no meu caminho surge uma lata amarela, metalica, roliça, fria: quero!
não é só com uma mão, nem mesmo com as duas, é o meu corpo todo que precisa agarrá-la e por isso eu me inclino, bufando, experimentando um jeito todo novo de me esticar. toco na lata e a derrubo! ela rola pa mais longe de mim. sou eu que faço o contrário do que eu quero? como?
projeto-me pra frente, num impulso difícil e certeiro: sim! consigo agarrá-la!
braços tão curtos em um mundo que se faz, de repente, inteiro ao meu alcance.
lata que pode conter em si todo o meu mundo! é grandioso ter o mundo sob meu poder (ainda que por alguns segundos que não somam um minuto).
e vai ficar pra trás, jogada num canto, e vai deixar de ser uma conquista a medida que eu encontrar as próximas...
longos mintuos de aventuras que sobrevoam a passagem do tempo! sou cada dia maior!

Nenhum comentário:

Postar um comentário