Pois em mim mesma eu vi como era o inferno.
naquele momento eu ainda não entendera que o primeiro esboço do que seria uma prece já estava nascendo do inferno feliz onde eu entrara, e de onde eu já não queria mais sair.
Daquele país de ratos e tarântolas e baratas, meu amor, em que o regozijo pinga em gordas gotas de sangue.
Só a misericordia de Deus poderia me tirar da terrível alegria indiferente em que eu me banhava, toda plena.
Pois eu exultava, eu conhecia a violência do escuro alegre - eu estava como o demônio, o inferno é meu máximo.
In: Clarice Lispector, A paixão segundo G.H
Nenhum comentário:
Postar um comentário