calor de 33 graus, sol das 5 e meia da tarde com horário de verão. ela parada na borda. azul acima, azul a frente, azul abaixo. as pernas dentro d´água estavam distorcidas. os pelos arrepiados com o toque gélido da água que não esquentara em conformidade com a atmosfera. o vento ja refrescava as maçãs do rosto, mas o corpo ainda estava quente, suado, hesitando adentrar aquele enorme azul.
um, dois, três!
o choque é grande, ela exala um suspiro gritado, curto, meio de dor, meio de prazer. começa a primeira braçada, a segunda, as pernas agitam-e uma após a outra em uma harmonia familiar. pertenceria às aguas do mundo, ela? envolver-se em líquido é estar contornada, enfim. não há qualquer vulnerabilidade possível alí, o corpo flutua, água é elemento-mãe.
inspira, expira, o automatismo desta respiração é diferente da respiração comum: é automática, mas sente-se mais o ar dentro de si, sente-se mais a falta do ar quando a pofundidade das águas o isola lá em cima. o ar é fugidio, a superfície é o lugar perfeito, alí se respira deliciosamente,e o peso... o peso do corpo não existe mais. pode-se boiar. ela bóia e olha o céu, azul, escurecendo, o último dia antes de um novo-renascimento.
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